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domingo, outubro 30, 2005

O Corpo Lê

Por aí aconteço.
Vou indo em cada esquina perdida dessa São Paulo contrariada
Mas por aí aconteço
Mais do que nunca, sei que aconteço

Acontecer é um verbo que nos põe no mundo
Mais que parir, nascer, cuspir
Acontecer está na gente
é por meu mérito que aconteço
É pela mãe que sou parido
Eu posso acontecer por ter-me acontecido

Depois de ter declarado meu amor a todos que amo, deixo aqui o minha auto-declaração. Por aí aconteço com a forma de Corpo Lê e o conteúdo desse mesmo corpo. Porque a forma e conteúdo em mim seguem juntos, misturados, amalgamados no que se chama Lê. Você me Lê? Preste atenção, o meu corpo me diz inteiro. Amo só por meu abraço. Não preciso mais dizer, embora saiba da força das palavras. Por isso me abraço agora... e digo que me amo. Sigo sem alma, sou só corpo. Porque assim consigo ser corpo e alma. Não me divido em categorias. Sou Lê e quem me ler, me leia assim... me amando.

quarta-feira, outubro 26, 2005

"Apolo era o mais belo dos deuses do Olimpo, senhor da Arte, da Música e da Medicina. Ciente da própria beleza e confiante da sua destreza no arco e flecha, ainda mais depois de Ter matado a terrível serpente Píton, que da sua caverna no Monte Parnaso, assustava a todos os habitantes daquela terra abençoada, Apolo se vangloriou a Cupido dizendo que suas flechas podiam matar qualquer coisa e tentou tomar as flechas que o pequeno deus do Amor carregava, dizendo-lhe ser muito criança para carregar tais armas.

Cupido respondeu-lhe que suas flechas poderiam de fato ferir tudo e todos mas as dele, Cupido, eram mais poderosas pois poderiam feri-lo, a ele, poderoso Apolo. Claro que Apolo não acreditou e riu-se do pequeno deus. O filho de Vênus então decidiu dar-lhe uma lição: escolheu uma flecha com ponta de ouro e outra com ponta de chumbo. A primeira atraía o amor e a segunda o repelia. Segurando seu arco encantado, Cupido pegou a flecha de ponta de chumbo e mirou na bela ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu. A de ouro não teve outro alvo que não o coração de Apolo."

Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência...

segunda-feira, outubro 24, 2005

O Corpo Jabuticabeira

Meu comentário é minha fala
É
É
É
E o que não é, não importa?
Importa o que não define?
Dáfine
Dáfine
Dáfine
Três vezes Dáfine
A ninfa que habita o meu conhecimento
Me seduz e me atira nos rios do pensamento
Logo eu que sou tão corpo fico rendido a esse palavreado virtual
Minha redoma de pau
Oco

Quando morrer quero ser árvore! Já pensou, me decompor e virar uma deliciosa jabuticabeira? Assim todos poderiam me colher e dividir do meu suco, do meu conhecimento, do meu sabor doce e azedo. Arrancar as partes do meu corpo e fazer delas o seu maior prazer num domingo fim de tarde. Ser jabuticabeira, minha redoma de pau, convencido de que minha sina é doar... beijos, abraços, amaços, meu corpo gostoso e só. Depois pegam o machado e descem a lenha... convencidos de que minha sina é doar. E parece que já dei tudo que dá? Um beijo, uma amaço, um pedaço do meu corpo gostoso e eu me dôo por inteiro? Olhem e reolhem, tem mais jabuticaba madura no pé.

segunda-feira, outubro 17, 2005

domingo, outubro 16, 2005

Quero-quero e o Corpo Vontade

Quero, quero escrever curto
Querida, queira-me.
Quero-quero botou ovo
Na saída d'água d'bica
Não chegue perto que ele pica
Salta vôo e grita "Quero
Quero você longe daqui!"

Fica a sede

Fica a sede

...fica

Quero-quero que proteje e o que quero não consigo
Pássaro bravo não desconfie-me assim-me de mimemim.

Quequéquaquo Quequéquaquo
Qué Qué

ovo chocado, ovo nascido
Sono embalado, acordo sabido.
Agora das minhas vontades não tenho mais controle.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Corpo Hai Kai

Sinto que estou leve.
Me releve
Se o peso é que te cumprimenta

Cede a sede
Cedo cedo
durmo nas águas

O gato mia na estrada
Enquanto canto
Encanto-o enquanto mio

quinta-feira, outubro 06, 2005

O Corpo Em Lembrança

Do meu lado direito existem cenas reais. Do meu lado esquerdo existem memórias. Se olhar pro meu lado direito verá fatos da minha vida com a crueldade que a realidade nos apresenta. Se olhar a minha esquerda enxergará a minha criação, o fato reescrito pela minha memória, calejada, apresentado de maneira suportável a possibilitar-me um estado normal de consciência.

Prazer, meu nome é José e estou consciente.

Mente, em frente, sempre
Sempre em frente, mente
Em frente sempre a mente
Sente a mente
Mente sente
Sente! Sente...

Memória: é autonomia. Um sistema que possui memória tem a capacidade de acessar seu arquivo de experiências, o que o possibilita rever saídas, resoluções e estratégias frente as crises que o afetam. Crise: situação neurótica em que o sistema se encontra. Imagens: caos, confusão, desespero, dúvida. O momento da crise é o momento da necessidade de organização, o momento do acesso a memória.

Prazer, meu nome é José e eu estou em lembrança.

Um dia daqueles
Desses dias sem aqueles
Em que eles são só mais um de mim.

Um dia daqueles
Dessas tardes sem solzinho
Uma semana sem domingo
Sem cem das estrelas românticas que um dia...

Daqueles
De contar segredos que por tempos não me lembro
Viver bons ares, respirar inquietudes
É como um ano sem Novembro!
Como pode Dezembro nunca chegar? E o ano não acabar...

Num dia daqueles
Reveillon na praia, no sitio, no quintal de casa
Fogos de artifício que se ascendem e se apagam...
Dias de minha história que se vêm logo vão embora.

Eu não me lembro não me lembro. Será que eu não vivi o que quero me
lembrar? Vivi, claro que vivi, eu me lembro que vivi... mas eu quero as cores, o cheiro das flores, o som daquele dia! E o gosto azedo de não lembrar do que precisa ser lembrado... (Pausa)

José não lembrava

Trauma: estado de bloqueio perceptivo causado por algum fato mal resolvido em sua vida psico...psico...psico o quê?

José não lembrava, não.

José só lembrava que amava as Marias.
Ias
Ias
Ia...
Criava o fato se confortava na memória construída. Os momentos perfeitos como num dia daqueles.

Eu não me lembro...

José tenta mas não consegue e quando empaca desse jeito (pausa) ele cria.

Maria sorriu e me deu um beijo na ponta do queixo...

Prazer, meu nome é José e eu estou indo embora.



Texto criado para ser encenado pelo meu grande GRANDE amigo Nei Gomes, para ser apresentado no sarau dos Amigos da Multidão. Neiguinho, te amo!

segunda-feira, outubro 03, 2005

O Corpo "X" com "CH"

Xiu...
Xiu xiu...
Xiu xiu xiu...
Xibiu... xibiliu...

Quanta causa sem causa de ser
Panta Nau Catarineta

Xuá Chuá

Qual a diferença?

Xuá Chuá

Qual a diferença?

Xibiu chulé xaxado xoxota

Qual a diferença? A parecença nem sempre é e o que é nem sempre é
As vezes somos o que não soma terapia sadomasoquia

xoxota xoxota xoxota

Só volta ôta xoxota quando chuá xuá no rio essa Nau Catarineta
Esse Panteísmo sechual sexual sechual

xoxota lorota
conversa de boca frouxa só pode terminar mal
Viva o anormal!

Papo de louco programa de índio gosto de xuxu chuchú
Xuxú Chuchu

Qual a diferença?
A diferença é informação a informação é confusão

é chulo ou xulo?

é xícara ou chícara?

é xoxota na xícara? xôxôxôxota da xícara enchota daí!

Xiiii... .

Viva o anormal!
Não se preocupe, eu tô legal

Viva a chochota com X!
Viva a xacota com "ch"!

Não façam chacota com a xoxota dela, isso é lorota de quem troca "x" por "ch".

Qual a diferença? A diferença é que eu gosto de "x" e "ch"

da chochota e da xoxota

Isso é lorota! Haha! Rrrra! Rrrrra! Pá! Pá! ôta xôxôxôxota xóxó pataxó!

Esse xocolate não me faz bem
Não adianta vir com guaraná pra mim
É xocolate o que eu quero

É o que quero... e se quero escrever Chis com "ch", vou escrever Xis com "ch"

Se quiser beijar na outra boca vou beijar! Qual a diferença? A diferença é que se não fizer o que quero hoje pode ser que amanhã já não queira mais
Pode ser que amanhã já queira mais
Pode ser que amanhã já não viva mais

Já pensou em levar um tiro na cabeça?