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quinta-feira, julho 19, 2007

"Que vida é essa?

Quanta conversa

Estou com fome,

ela me mata e tem pressa (4x)"
D'arc
Dá aqui
Joana
Subida
Dançando na lua
Sumida...
*música

Mês

a mês
Meus
de meus
Ais
de ais
Pais
Cadê
Paz

Viajou
Partiu do cais
Sumiu
Atras
Do mar
Ví Iemanjá
Sereia
Janaína
Sereia
Jorge são
Mata o dragão
Na areia

Mês
ameis
Meus
adeus
Ais-
-deais
Paz
Brota no cais

Saiu
Ao caso.
Acaso partiu
Serena?
Atol
das broncas
Baleias

Sou um pouco de favela
Na maré.
Magoa
Lagoa
Gota a gota
Uma a uma
Perdura
Pendura-me
enquanto flutua
Sereia
Jorge são
Virou dragão na arena.

quarta-feira, julho 18, 2007

Corpo Assim: assim

"Nos temos a noite"
Ato falho,
Freud diria
Porém o que digo
É que piada parecia...

Dadas as circunstâncias

Dar por dar ninguém dá nada.
Minha tranquilidade estoura
Limites
E refico turbulento
Returbulo lento
Este tempo largo
Enquanto me atrevo ao avesso
Pra ver se acerto ao menos uma vez.
Dar por dar ninguém quer, nada...
Seria um descomprometimento
Triste...
de tez se entendem as almas
Corpalma
Palmas:
Uma salva!
Pra quem conseguiu pôr a urucubaca

Vou correndo ver
Alguém que possa me benzer
Destas incompreensíveis fardas.

Tinha me posto em silêncio tibetano
Mas o corpo fala
Tagarela por demais
Ara!
Riscar o vocabulário
Fazer cinema mudo
Teatro Nô
Ou o quanto mais absurdo
Nó!
Partituras brancas
Velhas, se amareladas
Mas uma única nota de silêncio eterno
Preenchendo os ares
Musicares
Circulares ocos
D'oco se faz uma percussão
Corporal...:
Do peito bato e retumba o grave do coração.

Coragem
Pra agir vermelho de raiva
Ou cego de paixão

Tenho vontade imensa de cumprir o que me proponho. Se aquiete Le Andro, O Homem latim. Não late, morde. Não avise, surpreenda. Não recomece, comece denovo por ter ido até o fim. Não diga não se de não vivem os sins e de sins irão os nãos pra voltar novamente como sinos anunciando um talvez da incerteza. "Ir também é voltar". Disso deixe somente a certeza de que se há dúvida é porque não há a inteireza de decisão: muitas vezes fala a cabeça e longe passa as palpitações do coração. Hoje me disseram pra fazer somente o que tenho vontade... será? Mesmo... assim... quer? Me entregar às vontades seria o de certo mais agradável...? dessas brincadeiras já não vejo graça. Atingi a graça de entender o que cabe ao certo, mesmo se errado, a mente inquieta a espinha éter-eta e o coração: transpiro - para ir além da loucura.

Ô tubulação!
Turbulência de cano
Dá essa impressão
Tremi e vazei
Escoei pra algum rio sem fim mar
Firmar a
Maturar a
Respirar a
Vid-r-a-ça

Sou transparente
Aça-í
Assa
Me queimo em minhas confissões
Mas e daí?
O que perco?
Perdendo me acho
Capacho
Tapetinho de jardim
Perto da grama
Reclama
Os pisões
Me acho
esculacho
Minhas razões por estar
Assim.

quarta-feira, julho 11, 2007

Corpo em Silêncio

Devo aquietar. O silêncio me diz pra deixá-lo estar. Assim vou bem a mim e encontro um certo ar que respiro limpo, solto, completo. Respirar o corpo é mais que puxar e cuspir vento, mecanicamente, me alimentando de um oxigênio cinza de cidade. Se espera que defina o que, então, o é... esqueça, não sei colocar em "é" o que somente percebo. Pro discurso da vez me calo, nem converso. Nem verso... escrevo em prosa pra ficar clara a minha intenção poética de dizer que de silêncio duram minhas horas: mesmo quando escrevo. Escrevo quieto pra que leia quieto e grite só por dentro, se assim quiseres. Experimento esse meu sossego. Um pouco mais largo tudo o que me interfere a percepção do tempo. Deculpe Drumond, mas tenho de descordar de seu poema que diz das fatias de horas a industrialização do tempo. Não são elas que geram a esperança do recomeçar, mas somos nós mesmos! A hora é consequência da organização natural da vida. O sol nasce, se põe, a lua anda no céu e vai pro outro lado do mundo, incansavelmente. O inverno vai e a primavera chega... e isso não é industrialização da natureza. O recomeçar dos anos vem das colheitas, e as colheitas vêm dos ciclos de plantio, que obedecem o andar das horas naturais do planeta. Se encerramos o nosso ciclo ao fim de um ano é porque nós industrializamos nós mesmos e, assim, a percepção que temos do mundo. Mas as horas... ah... as horas não tem culpa de serem elas mesmas, nos regrando nos segundos de sua beleza. Meus seilêncios têm durado horas! Ao fim delas existe algum acorde, geralmente dissonânte, me dizendo já ser tempo de outro silêncio de horas! Portanto, acorde! Acorde! Desse sono embriagado, parecendo viciado em alguma droga. Enfrente a abstinência em silêncio, consigo, sozinho, mesmo se acompanhado. Arrume outros assuntos, fale do que além disso te importe. Resolva o resto só, pra sentir que continuar sem, também pode. Dos outros faça bem o estar. Não fale, só faça carinho, basta, resolve. Conversa demais também atrapalha. Aliás, quando muito precisa falar, é porque de menos se entende no corpo. Deixem o silêncio dos gestos se colocarem perenes. São as peles, e não as cabeças, quem realmente se entendem.

Corpo Assim: dilatado

Dilatar o corpo
Atingir o Outro
Não há Outro significado
Dilatar o corpo
Partir de sí pro Outro
Não há Outro significado
Dilatar o corpo
Tomar em sí o Outro
Não há Outro significado
Dilatar o corpo
Intensificar-se ao Outro
Não há Outro significado

Se não há signos, portanto
no Outro
Adquire-se no contato
Do momento
Exato
No olho da cena
Do instante teatro

Dilatar o corpo
Dar significados ao Outro
Não há outro significado.

terça-feira, julho 10, 2007

Quero falar do mundo.
Por onde anda tudo
Que vá além de mim?

__________________

A cesta de vime
Guarda
O que não me deprime

___________________

Repórter vida
Sumida
Maria Cristina

____________________

Tapa de sobrinha: criança
Chacoalhar de vez
Pra pôr fim à esperança

_____________________

Desintegro meu umbigo
Fale Nietzsche, vale
Me fortaleço no inimigo

______________________

Muitas vezes tudo,
Vezes, muitos nadas,
Mudo, cantarei alto às fadas
Notas de veludo,
Escalas desasossegadas.
Mudo a região das portas
Encanto outras entradas
Arre, salve guerreiro Jorge
Guerreiro Jorge, ave!

______________________

Jorge da Capadócia sentou praça
Cabeça na lua
Armadura de prata

______________________

Acabo agora de escrever
Levo as palavras pra cama
Me ama é o verbo
E quem me chama
É poesia noturna
Ninando menino
Medroso
De escuro que ao sonho
Reclama

sábado, julho 07, 2007

Soneto do Não Quero Mais Não Poder Querer

Soneto

Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer,

Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer...

Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer?

Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer e
Não quero mais não poder querer!

terça-feira, julho 03, 2007

Corpo Assim: em tempo simultâneo...

O que será que acontece agora no momento em que escrevo? Escuto Danilo Monteiro, tendo ficado ainda em memória o Naimã que ouvi outra hora. Minha mãe vê repórter e minha irmã toma banho. A Penélope lambe o pelo e o cachorro ladra a noite ao ladrão. A cobra dá o bote e a aranha pede mais. Milhões de scraps no orkut e poemas em blogs. Concepções de filhos nas favelas, tiros ao alto e autotiros suicidas em meio ao desespero dos corpos. Corpos que vão, corpos que caem, corpos que passam, corpos qu voltam, corpos que rezam, corpos que transam, corpos que mentem, corpos que pecam, corpos dementes, corpos que corrompem, corpos que criam. O rio continua correndo, a torneira pingando, o biscoito molhando, o leite acabando e a padaria fechando. Nos shoppings somente as ultimas sessões de cinema em fim de choros, ou de medos, ou de risos, ou de nojos, depende do gênero... e das circunstâncias. Alguns beijos, muitos. Alguns peitos doídos, muitos. Alguns outros sangrando vermelho de verdade. Casamentos e luas-de-mel acontecem ao mesmo tempo que velórios. Nascimentos completos e outros em germinação. Cartas são escritas, músicas são compostas, sorrisos são deixados de lado e choros a beira do mar de lágrimas são saciados. Sobremesas são saboreadas e muita fome há no mundo. Putas nas esquinas, crentes pecando ao escuro da fé, maridos fugindo a medida que em suas camas há algum outro marido... e assim sucessivamente. Um Leminski para amizade e um Neruda pra namoro, lidos a luz das vinte e três horas. Vinte e Três, número: 23:23, agora. O que será que acontece agora no momento em que escrevo? Alguma cama de motel invadida por corpos flutuantes de paixão... talvez sim, talvez não. Minha vó fazendo palavras cruzadas, vendo TV e dormindo ao mesmo tempo. Minha tia está ao telefone e minha irmã cuidando da minha sobrinha enquanto meu cunhado faz a janta. O Lula deve estar de cuecas e a Mariza fazendo massagem em seus pés... eles transam? Transar a vida é ir além do ar: vácuo. Silêncios, alguns muitos em horas vazias. E eu escrevo numa semi-apatia. Ainda escuto Danilo Monteiro e não sei o que acontece por aí, ainda. Ficam réstias Naimãnicas de memórias musicais que me dizem muito "fulinaimicamente". Joana D'arc canta no ensaio, ou talvez já esteja em algum caderno escrevendo como Carmem, amando seus cachorros e outros cães. São Jorge olha da lua e compactua com o dragão as mazelas do mundo, assim como suas belezas. Eu não sei, quais são os maus e quais são os bens. O que será que acontece agora? No fundo eu sei... no fundo eu imagino o quê sei... no fundo eu desejo o quê sei e fosse comigo também. Agora acontece que me chegou uma mensagem no celular: Carmem está sem chave... minhas portas estão abertas! Danilo ainda toca e o Naimã, por hora, parece foi embora. O que será que acontece agora? Heita pecado bom esse da luxúria que traz a gula e a preguiça na promoção. Pecado triplo não podia ser pecado, devia ser excomungação! Comungar com a ex... faz parte do processo. O que será que acontece agora? A ex comunga com outro... talvez sim, talvez não... faz parte do processo. Paiurá paiurá pá paiurá, canta Danilo e geme em seguida, como esse CD é bom! Simultaneamente há um movimento terrestre em volta do sol e outro em volta de sí. Uma estrela explode e outra cai. Supernova essa minha vida... "nada está em seu lugar" canta agora Danilo... no Japão já é quase hora do almoço. E as formigas se revezam pra levar terra pro formigueiro. Os pássaros dormem, e os morcegos voam. Alguns passam frio. Alguns estão tomando pinga. Alguns conversam um papo bom. Alguns estão entre outros em alguma festa. O que será que acontece agora? Talvez no fim das horas... o metrô parte por ultimo a meia-noite, é preciso voltar pra casa. Minha irmã diz querer dormir e eu vou para o violão. O sono... sono é pra vir por ultimo nessa vida, tenho tanto o que agir. "E assim se fez o poema" diz Danilo agora. Deixo a siultâneidade das horas em ações não menos importantes. Parto pras minhas músicas... ressoa... que são mais minhas do que de qualquer outra pessoa.

Corpo Assim: em língua do P

Puxa!
Poxa...
Pixa-in aí e
Pensa:
Pá-lá-de-carapicuíba!
Pare,
Pense...
Pica a mula!
Porra...
Pura.
Pulo
Pôr no,
Pinto,
Penso,
Parafraseio,
Parar...
Paro.
Pelos
Pingos
Pod(e)res:
Pulsão
Pulmão.
Poema
Piaimãnesco, de
Pedra e

Pra cavocar
A Terra.

Corpo Assim: em dores...

Dor de Cotovelo
(Caetano Veloso, mas em voz de Elza Soares)

O ciúme dói nos cotovelos
Na raiz dos cabelos
Gela a sola dos pés
Faz os músculos ficarem moles
E o estômago vão e sem fome
Dói da flor da pele ao pó do osso
Rói do cóccix até o pescoço
Acende uma luz branca em seu umbigo
Você ama o inimigo
E se torna inimigo do amor
O ciúme dói do leito à margem
Dói pra fora na paisagem
Arde ao sol do fim do dia
Corre pelas veias na ramagem
Atravessa a voz e a melodia


Para ouvir a música, clique aqui